A rolha dos espumantes
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- Categoria: desmistificando
Já se perguntou o motivo da rolha dos vinhos espumantes ser diferente das outras? Que tal falar desse assunto?
Em primeiro lugar, vamos nos situar, historicamente. Enquanto o vinho tem uma história de milênios, os vinhos espumantes são muito jovens, com um pouco mais de 300 anos de idade.
A efervescência dos vinhos, característica principal dos espumantes, não foi inventada. Ao que consta, o que os produtores inicialmente tentavam, era até evitar as borbulhas, consequência de um processo que ocorre de maneira natural, mas que foi observado e dominado pelos franceses do século 17. Para ler mais sobre isso, clique aqui.
Voltando às rolhas... Credita-se a Dom Pierre Pérignon (1638-1715) a adaptação da cortiça para suportar a pressão de gás carbônico dentro das garrafas de espumante, em Champagne. Essas rolhas eram cônicas e parcialmente introduzidas no gargalo das garrafas, de forma que pudessem ser removidas, já que estamos falando de uma época em que ainda nem havia saca-rolhas.
Desde o início do século 20, a rolha de vinho espumante que consideramos tradicional, em formato de cogumelo, consiste em duas partes. A parte de cima é produzida de um aglomerado rigído e pouco elástico, para dar a firmeza necessária a quem puxa a rolha. A parte de baixo é composta por 2 discos de cortiça natural, maciça e elástica, para vedar a garrafa e proteger o líquido.
Estas rolhas, com um diâmetro maior do que as rolhas de vinho normais, proporcionam resistência mecânica e maior compressão contra o gargalo da garrafa, mantendo a pressão interna elevada. Nos vinhos espumantes, a rolha tem o papel de vedação contra a oxigenação, e contra a liberação do gás carbônico.
A pressão interna da garrafa de um vinho espumante é de 4 a 6 atmosferas, ou seja, a pressão dentro da garrafa é entre quatro e 6 vezes maior do que a pressão fora da garrafa.
Para manter a rolha no lugar, existe a gaiola de arame típica desses vinhos, coberta, ainda, por uma cápsula metálica. E até as garrafas também são especiais, capazes de conter uma pressão 3 vezes superior à do líquido.
Mas não se espante se tudo isso um dia ficar no passado. Alguns produtores australianos instituíram, recentemente, o uso das polêmicas tampas de rosca, até nos seus vinhos espumantes...
Mas, enquanto isso não acontece, se quiser ler mais sobre o processo de produção de vinhos espumantes, clique aqui.
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