O almoço da Páscoa
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- Categoria: partindo do prato
Na Páscoa cristã celebra-se a ressurreição de Cristo, que segundo a Bíblia, ocorreu três dias depois de sua crucificação. Essa é, provavelmente, a festa mais antiga do calendário cristão, surgida nos primeiros anos do cristianismo.
Dependendo do rigor às tradições católicas, alguns não comem carne, em sinal de respeito à morte de Cristo, durante todo o período da Quaresma, apenas durante a semana que antecede a Páscoa, ou, como é mais frequentemente visto, somente na Sexta-feira Santa.
O peixe, por ser um animal de sangue frio, não está na lista de carnes proibidas. Daí que, sob a influência dos portugueses, adotamos o bacalhau como o prato quase que oficial da Sexta-feira Santa, não é?
Mas, e no domingo de Páscoa?
Originalmente, o prato mais comum, nesse dia, era a carne de porco. Mas, mais recentemente, países como Brasil e Portugal adotaram o peixe, podendo inclusive ser novamente o bacalhau, também nesse dia.
Para acompanhar o bacalhau, procure por vinhos brancos portugueses produzidos com a uva Antão Vaz, Rieslings alemães, italianos à base de Pinot Grigio, ou então Chardonnays em geral, sem falar na harmonização tradicional do bacalhau português, que pede um bom Vinho Verde. Mas, se sua preferência for por vinhos tintos, que tal escolher um tradicional português, elaborado com uvas nativas, como Touriga Nacional, Trincadeira, Tinta Roriz...?
Outros povos europeus, que não os portugueses, têm por hábito comer cordeiro no domingo de Páscoa, um animal carregado de referências religiosas.
A carne de cordeiro sugere um capricho na escolha do vinho, com a sugestão de um Bordeaux, um Borgonha, ou um Rioja, desde que suficientemente envelhecidos para adquirir mais complexidade. Como referência às principais uvas dessas denominações, procure por cortes entre Cabernet Sauvignon e Merlot, varietais de Pinot Noir, ou então de Tempranillo. Mais uma sugestão? Um corte entre Grenache, Syrah e Mourvèdre. Perfeito.
Já o ovo de Páscoa é um símbolo associado à renovação da vida. O chocolate entrou nessa história por meio de uma tradição antiga, de esvaziar os ovos de galinha sem destruir a casca, e recheá-los com chocolate.
Chocolates brancos ficam interessantes com vinhos de sobremesa mais doces. Chocolates ao leite são ainda mais apetitosos com uma taça de vinho do Porto estilo Ruby, ou então com uma taça de um Pinotage sul-africano. Chocolates amargos, em compensação, pedem vinhos mais complexos, como os Porto Tawny, ou os Banyuls. Para ler mais sobre esse assunto, clique aqui.
Para encerrar, cabe um esclarecimento para uma confusão bem comum: cordeiro é o filhote da ovelha e do carneiro, enquanto o cabrito é o filhote da cabra e do bode. Vinho também é cultura, até nos detalhes...
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